Queria postar logo abaixo um artigo de um pai – Lou Mello – também comprometido com a causa dos cardiopatas e que como a grande maioria de nós começou um trabalho a partir do próprio filho. Ele tem um projeto chamado Coração Valente, que funciona sob os ” auspícios” da Fundação Paz e Amor, uma entidade cristã e beneficente de Sorocaba – SP.
O site dele tem um link aqui no nosso e você poderá saber mais sobre o assunto lá mesmo! Mas deixo o post aqui porque achei bem pertinente o que ele escreveu.
Um abraço,
Durcila Cordeiro
(Mãe do Cadu e da Bia e adm. do Blog)
Com 7 milhões de dólares, Eike Batista arregaça o projeto social da Madonna no Brasil
A verba que Madonna conseguiu aqui, com empresários brasileiros, ultrapassou os dez milhões de dólares, sendo que sete milhões de dólares foram doados por Eike Batista – o que levou a pop star às lágrimas. Eu teria feito Strep tese total, ali mesmo (se fosse a Madonna, claro) e cantando Happy Birthday to you.
Volto a insistir, no Brasil o número de cardiopatas congênitos ultrapassa a casa dos milhões. Pessoal ficou impressionado com a gripe suína e fez bem, mas o número de infectados, até aqui, foi infinitamente menor do que a quantidade de cardiopatas mirins existentes. Se lembrarmos que mais de noventa por cento deles necessita de cirurgia de alta complexidade para continuar vivendo, o problema torna-se desesperador.
Mas trata-se de um mal silencioso. A minoria consegue passar pelo tratamento cirúrgico, o outros tem longevidade curta e variável e os demais vão a óbito. Conseguem melhor perspectiva os que estão mais próximos dos grandes centros, são filhos de pais mais informados, com mais recursos e a mesma história de sempre. Quando um cardiopata congênito nasce em uma maternidade, razoavelmente, estruturada, ele é encaminhado para o atendimento necessário. A questão é, quantos nascem em condições sem estrutura nenhuma? Andei pelo pantanal matogrossense e cheguei à uma casa, a beira de um grande lago natural, onde encontrei uma família com dezoito filhos, sendo o menor de uns dois meses e o mais velho na idade de vinte e poucos anos. Fora os que ficaram pelo caminho. “Não vingaram” , disse o pai. Talvez algum cardiopata congênito, mas nunca saberemos, pois eles nasceram e foram enterrados ali mesmo. Nem registro dos nascimentos houve.
Por aqui, as cardiopatias congênitas figuram entre as causas que mais engordam as listas de mortalidade infantil. Mas não podemos esquecer-nos dos mais velhos, que perdem suas vidas para o mesmo mal, pois se o atendimento aos neo natais portadores da doença é precário, aos adultos portadores não operados ou necessitando de continuidade de tratamento, ele quase inexiste, com raras exceções paulistanas.
Tudo isso começa com a desinformação, não apenas da população, mas inclusive dos agentes de saúde, da inexistência de políticas públicas (até o INCOR de São Paulo anda mal das pernas e o presidente da república costuma servir-se do hospital) específicas e do desinteresse do país como um todo.
Creio que se o Eike Batista tomasse conhecimento do problema ajudaria a minimizá-lo, sem dúvida, tanto quanto seus colegas. Claro que com o risco de não obter qualquer notícia na mídia. No máximo um post por aqui e olhe lá. A Madonna também poderia se interessar, afinal o coração é cabalístico, também.
(Por Lou Mello/ Coração Valente)
Filed under: Artigos | 2 Comments »