
Foto: Arquivo pessoal - Paciente que teve a HAP tratada a tempo agora só curte uma vida tranquila. Cauã curou-se de duas doenças, comemora a vida a todo pulmão
Cauã Ferreira, de 3 anos, era só um recém-nascido quando começou a apresentar os sintomas da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Porém, hoje, o menino consegue ter uma vida normal graças ao tratamento iniciado a tempo. Cauã nasceu com um problema congênito do coração (CIV grande – comunicação inter-ventricular) e, por esta deficiência, desenvolveu HAP. “O meu filho, desde bebê, ficava muito ofegante e cansado. Hoje, ele é outra criança. Está forte, ganhou peso. Uma maravilha”, diz a mãe do menino, Kizy Ferreira, de 28 anos, de Recife.
Com um ano e dois meses e a pressão pulmonar controlada por medicamentos, Cauã passou por uma cirurgia que corrigiu o problema do coração e, com isso, curou também a HAP. Ou seja, ao curar a doença congênita, os médicos resolveram também a hipertensão pulmonar, que era um problema secundário. Porém, segundo os médicos, o ideal é que as cardiopatias sejam corrigidas na barriga da mãe ou logo após o nascimento. As doenças congênitas do coração atingem 1% da população. Destes, até 10% desses pacientes podem desenvolver a hipertensão pulmonar.
De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia Pediátrica (SBC-PED), Ieda Jatene, a cada ano, no país, nascem cerca de 35 mil crianças com cardiopatia. Destas, de 22 mil a 25 mil deveriam corrigir o problema cirurgicamente. Entretanto, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), apenas aproximadamente 7 mil são operadas anualmente, o que mostra quantos pacientes não são tratados a tempo ou o são tardiamente.
Muitas das doenças do coração podem ser diagnosticadas durante a gravidez, a partir de um único exame: a ecocardiografia fetal, realizada por cardiologistas pediátricos especializados em detectar anomalias no coraçãozinho ainda em formação. O problema é que a falta de cultura da medicina preventiva no Brasil acaba negligenciando a importância desse exame, o que, além de colocar vidas em risco, gera muito mais custos para a saúde pública e para os planos de saúde. Estima-se que menos de 5% das cardiopatias congênitas no Brasil sejam diagnosticadas antes do nascimento.
Com intuito de diminuir o número de óbitos no país, Ieda Jatene estabeleceu como meta implantar vários departamentos dentro da sociedade, inclusive um de Hipertensão Arterial Pulmonar, para que se resulte numa melhor divulgação e atendimento de cada cardiopatia. Além disso, a médica, que é chefe do Serviço de Cardiopatia Congênita do Hospital do Coração (HCOR) de São Paulo, quer divulgar a eficiência e importância do Eco-cardiograma fetal, que detecta problemas cardíacos da criança ainda no ventre da mãe. “O objetivo é tentar melhorar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento”, finaliza a médica.
(Extraído do site:http://www.hipertensaopulmonar.com.br)
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